Após demissão, Bocardi terá dificuldade de voltar à TV por diferentes motivos
Apresentador se junta a colegas que também perderam o ‘emprego dos sonhos’ em telejornais e enfrentam um mercado em crise
Dinheiro. Este é o principal aspecto que pode impedir apresentadores demitidos de se recolocar rapidamente em outra emissora. Sob forte pressão econômica, o mercado de TV vive um achatamento de salários. Alguns contratados tiveram o congelamento do valor recebido mensalmente. Outros foram obrigados a aceitar redução no contracheque para manter o emprego. trabalhos externos, como faz a maioria das redes de TV a seus âncoras.
Um exemplo dessa opção por faturar alto na web é Luiz Bacci. Tinha salário bem maior que o de Bocardi – comenta-se entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão, a depender das ações de merchandising – e preferiu se dedicar a sua rede de notícias no Instagram, onde as receitas publicitárias são ilimitadas. Trabalhando menos e sem patrão.
Outro obstáculo a ser enfrentado pelo ex-âncora da Globo é a desconfiança. Os boatos de que usava a visibilidade e o poder na emissora líder em audiência para ‘ganhar por fora’ de empresas e políticos pode afetar sua imagem e credibilidade. medo de desagradar a políticos e grandes empresas denunciados em matérias. Seus comentários e cobranças, dando voz ao pensamento do cidadão revoltado, irritaram gente influente nesses anos na Globo.
Esse destemor em criticar é positivo e deveria ser regra no jornalismo, principalmente na cobertura dos problemas das cidades, mas, na prática, provoca medo nos donos das TVs, que preferem não irritar prefeito, vereadores, governador, presidente, juízes etc.
Após construir sua carreira com liberdade de expressão, Rodrigo Bocardi não aceitaria, certamente, trabalhar com uma mordaça. Pelos pontos aqui descritos, o apresentador, de 49 anos, terá impasses a superar caso queira voltar ao telejornalismo.