Cotado para vice na chapa de Paes no Rio, Pedro Paulo recua de vaga por vazamento de vídeo íntimo; entenda
Deputado era o favorito à vaga na chapa à reeleição pela prefeitura da capital
Principal opção do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), para o posto de vice em sua chapa à reeleição, o deputado federal Pedro Paulo (PSD-RJ) pediu nesta segunda-feira para não ser indicado ao posto. A decisão ocorreu após o parlamentar levar ao prefeito a informação de um suposto vídeo íntimo, que poderia ser explorado por adversários durante a campanha. A informação, confirmada , foi noticiada primeiramente pelo portal "Agenda do Poder". A movimentação pela desistência de Pedro Paulo ocorre apenas dois dias depois de a candidatura de Paes ser oficializada em convenção do PSD, realizada no último sábado, com a vaga de vice em aberto. Procurado o prefeito Eduardo Paes confirmou o relato, e que não vai se manifestar sobre o caso.
De acordo com o blog do colunista Lauro Jardim, o vídeo já circulava entre o time do principal adversário, Alexandre Ramagem (PL), há um mês.
A movimentação de Pedro Paulo de se afastar da chapa de Paes ocorre a pretexto de preservar seus familiares de eventuais desgastes, caso a suposta existência do vídeo seja mobilizada por adversários do atual prefeito. A vida pessoal do deputado já virou munição para opositores na eleição municipal de 2016, quando concorreu à prefeitura como sucessor de Paes.
Na ocasião, veio à tona um boletim de ocorrência registrado pela ex-mulher de Pedro Paulo, Alexandra Marcondes, na qual ela relatou agressões do parlamentar. Por ter foro privilegiado, o caso de Pedro Paulo foi analisado no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF). O processo seria posteriormente arquivado seguindo recomendação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que não identificou provas da agressão e inocentou o deputado
. Durante a campanha de 2016, no entanto, o caso estremeceu a imagem de Pedro Paulo, que acabou fora do segundo turno -- disputado na ocasião por Marcelo Crivella (Republicanos), que se elegeria prefeito, e Marcelo Freixo, à época no PSOL.
Caso Pedro Paulo não seja indicado a vice de Paes, o favorito para o posto passa a ser o deputado estadual e ex-secretário municipal de Casa Civil, Eduardo Cavaliere (PSD). Tanto Cavaliere quanto Pedro Paulo fazem parte do grupo de confiança de Paes, que deseja ter um vice de seu núcleo duro na campanha à reeleição. Aliados cogitam que Paes, caso reeleito, pode renunciar à prefeitura em 2026 para concorrer ao governo estadual, deixando a cadeira com seu vice.
Outro nome cotado ao posto é o presidente da Câmara de Vereadores do Rio, Carlo Caiado (PSD). Aliado histórico da família do ex-prefeito Cesar Maia, que lançou Paes na vida pública, Caiado é considerado um nome de maior trânsito na política carioca, em comparação a Cavaliere. O ex-secretário de Paes, por outro lado, é visto como nome umbilicalmente ligado ao prefeito.
Antes da movimentação de Pedro Paulo de pedir para não integrar a chapa de Paes, o deputado e o prefeito vinham cumprindo agenda política juntos. Além da convenção partidária do PSD no sábado, Pedro Paulo esteve lado a lado com Paes em um evento no qual o Podemos oficializou, no domingo, que fará parte da coligação do atual prefeito. Ambos também compareceram, no fim de semana, a um evento de lançamento da candidatura do vereador Atila Nunes (PSD) em uma quadra de escola de samba. Interlocutores de Paes se disseram pegos de surpresa com a movimentação de Pedro Paulo, que poderia reabrir às vésperas da campanha a discussão sobre a composição da chapa do atual prefeito, que já parecia consolidada a favor do deputado. O período de convenções partidárias, quando os partidos escolhem seus candidatos ou formalizam alianças, vai até o próximo dia 6. O registro de candidaturas pode ser feito na Justiça Eleitoral até o dia 15, véspera do início oficial das atividades de campanha e da propaganda eleitoral em rádio e TV.