SBT 2024: Nova programação reduz sessões de cinema a pó
Das três atuais sessões, apenas o Cine Espetacular vai continuar. E ainda sazonal
A nova programação do SBT para 2024 vai apostar em nomes conhecidos da internet em atrações que carregam o DNA da emissora, além de repatriar velhos conhecidos como Regina Volpato e Benjamin Back. Nesse desenho, não sobrou espaço para as sessões de filmes, que já foram protagonistas no passado.
O movimento é interessante e até menos radical que aquele feito quando o SBT abriu mão da parceria exclusiva com a Warner em 2013. Em um momento que a Netflix já estava em ascensão, o próprio Silvio Santos admitia que contratos na casa dos milhões de dólares já não fazia sentido. Afinal de contas, o público já conseguia assistir o filme que queria por um preço acessível. Quando e onde quiser.Dez anos depois, o SBT se antecipa ao que deve acontecer naturalmente até o fim desta década: a extinção das sessões de filmes regulares. Ao menos na quantidade que elas ainda existem. A própria Globo tem prejuízo com a operação e só mantém as parcerias que possui pelo valor que agrega.
Este próprio espaço trouxe no ano passado um relato de um ex-diretor da Globo que a injeção de dinheiro que a emissora aplicava era na ordem de milhões de dólares para um retorno de milhares de reais. O SBT acerta em reduzir suas sessões a pó e investir na produção nacional. Com a nova programação criada por Daniela Beyruti, filha de Silvio Santos, a Tela de Sucessos vai dar lugar ao programa de Benjamin Back às sextas-feiras. Aos sábados, o Cinema em Casa que voltou este ano como tapa-buraco, sai de cena para a estreia da atração de Lucas Guimarães. Sobrou apenas o Cine Espetacular - que está no ar desde 2000 - nas noites de terça, mas que já tem sua periodicidade diminuída por conta do futebol. A Copa Sul-Americana é a prioridade do SBT.
Até lá, a emissora apostará no Sabadocine também como um "tampão" dentro da grade enquanto Virgínia Fonseca não debuta no período da noite. E é exatamente isso que as sessões devem se tornar de maneira geral em um futuro não tão distante: tapa-buraco Nos Estados Unidos, não existem sessões de filmes com exibições regulares desde a metade dos anos 90. É claro que na Terra do Tio Sam a realidade é outra, mas no Brasil isso também vem virando tendência. Somente a Globo mantém exibições de longa-metragens todos os dias.
Por lá, as principais emissoras recorrem aos filmes de maneira esporádica, seja em festividades no final de ano ou épocas de baixo retorno de audiência que não justifique a exibição de programas próprios ou inéditos.