MC Katia conseguiu doação de prótese para a perna amputada um dia antes de morrer
A funkeira de 47 anos estava internada no CTI do Hospital Souza Aguiar, no Rio
MC Katia, que morreu neste domingo, 13, aos 47 anos, havia conseguido a tão desejada prótese para a perna no último sábado, 12, um dia antes de morrer. Ela teve a perna amputado na última terça-feira e estava lutando pela vida no CTI do Hospital Souza Aguiar, no Centro do Rio.
A ajuda para a prótese veio da amiga Veronica Costa, a Mãe Loira do funk, que comunicou ter conseguido uma doação da próteses no Corpo - Centro Ortopédico, localizado em Copacabana, Zona Sul do Rio.
No começo de julho, Kátia deu entrada na unidade para retirar um mioma de 5cm do útero e por lá ficou. Diagnosticada também com trombose, a funkeira já havia comunicado aos seus seguidores que seria preciso amputar parte de um dos seus pés. Ela primeiro amputou mais da metade do pé, dias depois, a perna (acima do joelho). Amigos de Kátia também organizaram uma vaquinha virtual para arrecadar R$ 50 mil para a funkeira conseguir comprar uma prótese e pagar despesas como comida e contas da casa, já que ela estava sem trabalhar. A iniciativa partiu de familiares e amigos do funk, como Tati Quebra Barraco, que divulgou o link da vaquinha nas redes sociais e pediu ajuda de fãs e da massa funkeira. "Então galera, a Katia estava com um mioma de 30 cm e 5kg , no qual deu várias complicações, como trombose venosa e uma isquemia no qual foi necessário amputação da metade do pé e agora quatro palmos a cima do joelho. Ela também ficou com problema renal crônico e está fazendo hemodialise . Esse é todo quadro de saúde de Katia. Estamos precisando muito da ajuda de vocês", diz o texto publicado no site Vaquinha.com. Tumor e trombose
Há um ano, Katia descobriu um tumor benigno no útero e, por causa disso, teve os rins comprometidos, deixando-a impossibilitada de andar. Ela também sofria de trombose. "Estou com medo dos meus rins pararem", disse Katia em 20 de julho.
Em 2020, após retomar sua carreira no funk, Katia participou do clipe "Rainha de Favela", de Ludmilla, ao lado de outras pioneiras do funk carioca como Valesca Popozuda, MC Carol de Niterói e Tati Quebra Barraco. "Há um ano, estou passando por problemas sérios de saúde. Hoje me encontro totalmente debilitada de tudo. Tenho um tumor benigno no meu útero. Vou operar e perder o útero e o ovário. Por causa desse mioma, meus rins estão parando de funcionar. E isso está me prejudicando, pois eu não estou conseguindo mais andar. Preciso tirar esse mioma para os meus rins voltarem a funcionar e eu poder voltar a andar", disse ela, chorando, em um vídeo publicado em julho nas redes sociais.
Na ocasião, Kátia mostrou os exames, a perna e contou que estava sendo tratada pela SUS. "Os meus rins estão no limite. Estou com muita dor meu pé. Ele queima, doí. Estou urinando e evacuando pouco. Estou há semanas sem dormir por causa da dor. Não posso tomar nenhum remédio anti-inflamatório e antibiótico, porque faz os rins pararam. Além disso, estou com trombose", continuou.
MC Kátia surgiu no cenário do funk no início dos anos 2000. Na época, mãe solteira e trabalhando como auxiliar de serviços gerais, ela deu voz às mulheres de comunidades e se projetou com o batidão “Ata Vai me Pegar”.
A história da MC mostra que dar a volta por cima é mesmo uma de suas características. Em 2008, depois de emplacar a música "Cabeça pra Baixo”, a funkeira sofreu um acidente e ficou três anos longe dos palcos. Depois, veio a depressão com o fim de um relacionamento. Ela retomou a carreira no funk em 2020.